Manhã sem sol
Nessa estrada empoeirada
Onde a vida se abrevia
Empobrecida pela inutilidade
Das tentativas de explica-la
Secos estão os olhos dos caminhantes
Que lutam para sobreviver ao luto
A morte e o seu aguilhão
Quem poderá detê-los?
Já é quase meio dia
O vento sopra a poeira da estrada
Trazendo a memória
Que somos apenas pó
A cada passo
Aproxima-se o embaraço
De chegar ao fim da caminhada
Sem conhecê-la de fato
Dura realidade
Para um fim de tarde
Sem o compasso de uma bela canção
Anoitece
Todos se juntam para o café
E o que não se pode explicar
Revela-se no grito abafado
Do verbo encarnado chamado amor
Quem tem ouvidos
Ouve atento, levanta,
Sacode o pó da estrada
E passa a olhar admirado a chegada da madugada
Quem não tem, continua o café...
Para estes segue-se uma dia qualquer.
Vanusa
31/05/2012
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